Uma pesquisa recente revelou que cuidar da auto-estima já na infância pode ajudar a prevenir a obesidade na idade adulta.
Segundo o estudo, publicado na revista “Archives of Pediatrics & Adolescent Medicine", crianças e adolescentes depressivos têm quase quatro vezes mais chances de se tornarem adultos acima do peso.
“A depressão pode, sim, levar a transtornos alimentares posteriores", alerta a psicóloga Isabela Dângelo. “Mas também é preciso levar em conta outros fatores, como a predisposição genética".
Desequilíbrio interno causa mudanças nos hábitos alimentares
No adulto, a depressão é capaz de causar mudanças fisiológicas que desequilibram os sistemas imunológico e hormonal. Por isso, quem sofre da doença tende a comer demais ou de menos, não tem ânimo para se cuidar e sente mais dificuldade para seguir planos de reeducação alimentar e praticar exercícios. Não é de graça também que pessoas depressivas costumam ter sérios problemas de auto-aceitação.
“O deprimido geralmente apresenta baixa auto-estima, o que pode levar a mudanças nos hábitos alimentares", avalia a psicóloga.
Com a criança não é muito diferente, mas vale lembrar que o diagnóstico da depressão infantil geralmente é mais difícil. Nesse caso, os sintomas podem ser confundidos com a famosa birra, além de falta de educação, mau humor, tristeza e agressividade. O detalhe está na intensidade e na persistência desses sinais, que chegam até a comprometer as atividades do dia-a-dia.
“Nas crianças a depressão costuma manifestar-se a partir de uma situação traumática, como a separação dos pais ou a morte de uma pessoa querida", esclarece a psicóloga Daniela Levy. “A doença combina fatores biológicos, psicológicos, sociológicos e ambientais".